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O São Paulo mostrou nitidamente neste domingo, em Jundiaí, que sentiu o desgaste da semana. A viagem à Bolívia, o jogo na altitude de La Paz e a viagem de volta, sem contar as condições da partida de estréia da Libertadores, fizeram o São Paulo ter dificuldades no jogo contra o Paulista.
É bem verdade que o resultado não foi de todo ruim. Álém de conseguirmos o empate em Jundiaí, contra um adversário forte, como o Paulista, inda contamos com a derrota do Santos frente ao Palmeiras, o que nos deixou com cinco pontos de vantagem sobre o Santos, e quatro sobre o Mogi Mirim.
A partida contra o Paulista, porém, teve lances que nos preocuparam. No primeiro tempo, Souza não se acertou na ala direita e não conseguiu render o que se esperava. Pior, deixou suas costas livres, sobrecarregando Edcarlos. E foi exatamente por esse setor que saiu o primeiro gol do Paulista.
Do outro lado, Alex vem dando razão ao que disse Leão sobre seu futebol: ele é muito lento. Isso nos mostra que, quando Fabão voltar, é Alex quem vai perder a posição, ficando o trio de zaga formado por Fabão, Lugano e Edcarlos.
Durante o jogo percebemos o desgaste físico de nossos jogadores, principalmente após a expulsão do atacante do Paulista. Quando parecia que iríamos para cima, até porque estávamos com um time ofensivo, e arrasaríamos o time de Jundiaí, acabamos tomando o segundo gol.
E só empatamos em função de um último suspiro, que nos deu força para chegar ao gol.
Longe de criticar o estado físico do elenco, cabe aqui elogiar a vontade da equipe. Após um heróico empate em La Paz, buscamos nova igualdade em Jundiaí e fomos beneficiados pela derrota do Santos contra o Palmeiras.
Assim estamos respirando cada vez mais perto os ares do Campeonato Paulista. Ao prosseguir o atual cenário, a taça já está a caminho do Morumbi e de lá não deixaremos sair.

03/03/2005

Apesar de tudo, fomos bem

E começamos nossa trajetória na Libertadores da América deste ano. Foi um jogo emocionante, como são todos nesta competição e, no final, ficou de bom tamanho o empate em 3 a 3, principalmente nas circunstâncias em que a partida foi realizada.
Não pensem que é brincadeira jogar numa altitude de 3.600 metros. A Seleção Brasileira com sua equipe principal já foi lá e perdeu para a Bolívia. O Santos esteve lá semana retrasada, e também perdeu.
É verdade que começamos ganhando a partida, mas com o passar do temo, a falta de ar é tamanha que afeta o cérebro e os jogadores passam a não ter domínio total sobre a situação.
Por isso acontecem jogadas grotescas. Por isso nossos defensores perdem bolas aparentemente fáceis, nosso meio-campo não consegue fazer a ligação com o ataque e nossos atacantes acabem desperdiçando chances incríveis.
Entretanto, temos que fazer algumas avaliações. Alex, que já havia sido o pior do time contra o Corinthians, sentiu muito o efeito da altitude e foi muito mal novamente nesta quinta-feira.
Josué, que vinha sendo, ao lado de Mineiro, o diferencial do time, também sentiu a altitude e fez a pior partida desde que chegou ao São Paulo.
Aliás, nosso sistema defensivo esteve irreconhecível. O próprio Lugano, em quem Leão depositava grande confiança, foi muito mal.
O destaque positivo ficou por conta do ataque. Grafite mais uma vez foi o grande destaque do time. Correu, lutou, fez jogadas de linha de fundo, foi o responsável direto pelo primeiro gol e teve equilíbrio para empatar o jogo aos 42 minutos do segundo tempo, quando todos já estavam com a língua para fora.
Ficou provado mais uma vez que dependemos diretamente de Grafite para que as jogadas de gol aconteçam.
Quero destacar, também, a participação de Luizão. Mostrando que é um verdadeiro artilheiro, brigou muito com a defesa adversária e deixou sua marca, num gol de oportunismo.
Entendo, então, que o resultado não foi de todo ruim para o São Paulo. É claro que preferia ter saído de lá com a vitória. Mas continuamos invicto este ano (são 11 partidas, com nove vitórias e dois empates), e cientes de que estamos com uma equipe entrosada. E na próxima quarta-feira vamos fazer uma blitz para cima do Universidad do Chile e, com certeza, assumiremos a liderança do nosso grupo na Libertadores.

02/03/2005

Descaso das TVs chega à beira do absurdo

O descaso que as emissoras de TV estão tendo com o São Paulo está chegando à beira do absurdo, do inaceitável. Estamos na quarta-feira, véspera do jogo do São Paulo contra o The Strongest, pela Libertadores da América, e ainda não sabemos quem vai transmitir a partida para São Paulo.
Pior: até sabemos, mesmo que extra-oficialmente. Tudo indica que a Sport TV 1 transmitirá o jogo do Santos, e Sport TV 2 transmitirá um jogo de volei de praia e a partida do São Paulo será mostrada pela FX, um canal novo que só existe no pacote completo da Sky.
Não se lembram, os programadores da TV, que o São Paulo é o líder do Campeonato Paulista, muito próximo de ser campeão (e ainda não teve um jogo mostrado pela Globo, neste torneio), e liderou a audiência da TV no ano passado (Globo) por conta dos jogos na Libertadores da América.
Talvez a resposta a esta indiferença e discriminação com o Tricolor esteja no fato de o São Paulo ter ficado com o Flamengo no boicote ao Clube dos 13, por não aceitar as quotas determinadas pela TV para o Campeonato Brasileiro.
Ainda vou aguardar o desenrolar do dia de hoje para ter certeza do fato, mas ao se concretizar a não transmissão do nosso jogo pela Sport TV, o que privará um grande número de são-paulinos de assistir a estréia do time na Libertadores, vou propor um repúdio da torcida contra as emissoras de TV lideradas pela Globo (afinal, a Sport TV pertence à Vênus prateada), que poderia ser através da opção por outros canais, quando duas emissoras transmitirem os jogos do São Paulo, além de divulgar o e-mail das emissoras, de seus responsáveis, para que enchamos a caixa de correspondência dessas pessoas demonstrando nossa indignação.

Paulo Pontes é apresentador e comentarista da Rádio Jovem Pan e proprietário do site www.tricolornaweb.com.br