Nunca pensei que fosse ter de esperar tanto tempo para ir ao Morumbi rever o São Paulo entrar em campo para disputar um jogo da Libertadores. Pois é, para quem esteve lá, há dez anos, quando perdemos o título, não passava pela cabeça de nenhum são-paulino que para voltar a disputar um jogo válido pelo principal torneio de clubes da América, teríamos de amargar longos anos. Talvez por isso, a torcida tenha comparecido em massa. E como foi bom. O São Paulo entrou disposto a não deixar o adversário respirar. Partiu para cima. Fez um, dois. O Cobreloa, atordoado, se encolhia em seu campo. Os chilenos pareciam perdidos em campo, estavam nervosos, perderam um jogador expulso. O cheiro de goleada estava no ar! Pois bem, estava, pois Libertadores não é brincadeira. Quem quer ser campeão tem de jogar sério o jogo inteiro e, espero que essa partida tenha servido de lição para os nossos jogadores. Toques de calcanhar, excesso de preciosismo na hora de concluir em gol, jogadas de efeito, não ganham jogo. Em competições desse tipo, qualquer descuido e uma partida, que até então estava fácil, torna-se tremendamente difícil. Já no primeiro tempo poderíamos ter matado o jogo. Luís Fabiano ficou de frente para o gol, mas concluiu mal. Em seguida, Cicinho teve a chance e a trave salvou. Pois bem, isso nos custou caro no segundo tempo. A falta de atenção do Alexandre e a infelicidade do Cicinho, fizeram com que o time - que vinha jogando bem - perdesse um pouco o equilíbrio emocional, tendo como conseqüência imediata a afobação em querer liquidar o jogo, que para muitos já estava ganho. Felizmente, com as mudanças feitas pelo Cuca, o time conseguiu se reencontrar em campo, criando ótimas oportunidades de gol. No final, numa linda jogada individual do Luís Fabigol, o tricolor liquidou a partida. A vitória veio com um sabor especial, afinal, dez anos não são dez meses e pouco importa se não fomos brilhantes, valeu, e muito, pelos três pontos conquistados. Libertadores é assim. Não existe jogo fácil!!
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